
O parlamentar cita na justificativa do projeto uma
pesquisa realizada na Coreia do Sul, onde se constatou que, entre os itens
manuseados pelas pessoas, o carrinho de supermercado é o mais infectado.
É verdade e isso se repete no Brasil. “Campeões” de
contaminação, os carrinhos são mais sujos do que barras de ônibus coletivos e
maçanetas de banheiros públicos.
Isso acontece porque os carrinhos acondicionam alimentos
como carnes cruas, hortaliças e caixas, que, em geral, contêm micro-organismos
perigosos ao ser humano, de acordo com o biomédico Roberto Martins Figueiredo,
o Dr. Bactéria.
“Tudo que pode ser contaminado você coloca dentro do
carrinho. As embalagens de carne, por exemplo, soltam líquido e sangue. Isso
leva à contaminação”, afirma o especialista, destacando que salmonella e
campylobacter são as bactérias mais comuns. Elas atacam o aparelho digestivo e
provocam dores abdominais e diarreia.
Outros germes podem causar infecções alimentares e conjuntivite,
sendo que crianças são as mais suscetíveis a contraírem doenças por terem a
imunidade menor do que a dos adultos.
Por isso, a dica principal é não colocá-las dentro dos
carrinhos, como é costume de alguns pais. Elas podem até se divertir com o
“passeio”, mas entram em contato com milhares de agentes nocivos.
O Dr. Bactéria recomenda sempre passar álcool gel nas
mãos e no apoio do carrinho. Dentro dele, o certo é organizar os produtos de
modo que líquidos de carnes e frangos não fiquem em contato com outros
recipientes. “Nós temos nossa resistência, mas a dose de anticorpos é menor do
que a quantidade de bactérias”, alerta o biomédico.
Ele classifica como “fantástica” a proposta que prevê a
limpeza diária dos carrinhos, mas mostra-se cético quanto à fiscalização. O
projeto de lei não cita como será a vigilância nos supermercados, mas, de
acordo com a assessoria de imprensa do senador Álvaro Dias, a regulamentação da
fiscalização caberá aos Estados.
O projeto está na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do
Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado, aguardando relatório do senador
João Capiberibe (PSB-PA).
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