segunda-feira, 15 de junho de 2015

De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela FecomercioSP, o comércio varejista do litoral de São Paulo iniciou 2015 com queda de 3,6% no faturamento, na comparação com igual período do ano passado. O setor faturou em janeiro R$ 1,6 bilhão nos 23 municípios litorâneos, que incluem a Baixada Santista, Litoral Norte e Vale do Ribeira.

O desempenho negativo foi influenciado, principalmente, pelo setor de concessionárias de veículos (-29,1%); lojas de vestuário, tecidos e calçados (-15,2%) e outras atividades (-3,7%). 

A maior queda foi observada no setor de lojas de móveis e decoração (-35,2%), mas devido à sua relevância no comércio da região, o impacto foi de apenas -0,2% no resultado geral.

Por outro lado, o bom desempenho das farmácias e perfumarias (11,5%) e supermercados (4,4%) impediu um resultado geral pior.

Farmácias e perfumarias obtiveram resultados positivos em todos os meses de 2014. E, mesmo com o atual cenário econômico, mantiveram o resultado em alta.

No início do mês, o diretor financeiro da Poupafarma, Celso Pereira comentou o cenário farmacêutico na região. “O setor de farmácias cresceu muito nos últimos anos, principalmente em função do avanço no setor de higiene e beleza, além do envelhecimento da população. Grandes redes estão investindo na Baixada Santista”.

Já o setor de supermercados, que passou 2014 em baixa, mostrou uma boa recuperação em janeiro. O especialista em finanças empresariais, Geraldo Sardinha, da Fundação Dom Cabral, comentou que os supermercados faturam muito em relação ao capital investido. “Reduziram a necessidade do capital de giro, diminuíram o estoque, que ficou por conta do fornecedor. A gente paga as coisas no cartão de crédito e o fornecedor recebe 45 dias depois. E as lojas são todas alugadas”.


Desempenho estadual

O faturamento do comércio varejista paulista caiu 5,4% na comparação com o mesmo período em 2014. A receita mensal de vendas alcançou R$ 41,8 bilhões, cerca de R$ 2,4 bilhões abaixo do resultado registrado em janeiro do ano passado.

Para a assessoria econômica da entidade, os dados da movimentação do comércio paulista além de confirmarem as estimativas de permanência do ciclo negativo de vendas, que marcou o ano passado, apontam para o agravamento dessa tendência.
Com exceção feita ao setor de supermercados, que apresentou alta de 1,1%, a queda foi generalizada e ocorreu em oito das nove atividades pesquisadas, indicando que a retração nas vendas tende a permanecer ao longo do ano e que os índices podem apresentar níveis ainda mais baixos.

Os setores que lideram os resultados negativos são o de lojas de móveis e decoração (-19,9%); o de concessionárias de veículos (-18,2%); o de lojas de vestuário, o de tecidos e calçados (-14,5%) e o de materiais de construção (-10%). As somas desses números respondem por 4,9 pontos percentuais da queda total de 5,4%.


Perspectivas


O aumento progressivo da inflação, o desaquecimento generalizado das atividades, a alta dos juros, a piora nos indicadores de emprego e renda, somados à instabilidade política, devem manter baixa a confiança dos consumidores e, consequentemente, comprometer o desempenho do varejo paulista, que, segundo estimativas da Fecomercio SP, deve registrar queda de 1% das vendas no primeiro semestre e de 2% em 2015.

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