De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio
Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela
FecomercioSP, o comércio varejista do litoral de São Paulo iniciou 2015 com
queda de 3,6% no faturamento, na comparação com igual período do ano passado. O
setor faturou em janeiro R$ 1,6 bilhão nos 23 municípios litorâneos, que
incluem a Baixada Santista, Litoral Norte e Vale do Ribeira.
O desempenho negativo foi influenciado, principalmente,
pelo setor de concessionárias de veículos (-29,1%); lojas de vestuário, tecidos
e calçados (-15,2%) e outras atividades (-3,7%).
A maior queda foi observada no setor de lojas de móveis e
decoração (-35,2%), mas devido à sua relevância no comércio da região, o
impacto foi de apenas -0,2% no resultado geral.
Por outro lado, o bom desempenho das farmácias e
perfumarias (11,5%) e supermercados (4,4%) impediu um resultado geral pior.
Farmácias e perfumarias obtiveram resultados positivos em
todos os meses de 2014. E, mesmo com o atual cenário econômico, mantiveram o
resultado em alta.
No início do mês, o diretor financeiro da Poupafarma,
Celso Pereira comentou o cenário farmacêutico na região. “O setor de farmácias
cresceu muito nos últimos anos, principalmente em função do avanço no setor de
higiene e beleza, além do envelhecimento da população. Grandes redes estão
investindo na Baixada Santista”.
Já o setor de supermercados, que passou 2014 em baixa,
mostrou uma boa recuperação em janeiro. O especialista em finanças empresariais,
Geraldo Sardinha, da Fundação Dom Cabral, comentou que os supermercados faturam
muito em relação ao capital investido. “Reduziram a necessidade do capital de giro,
diminuíram o estoque, que ficou por conta do fornecedor. A gente paga as coisas
no cartão de crédito e o fornecedor recebe 45 dias depois. E as lojas são todas
alugadas”.
Desempenho estadual
O faturamento do comércio varejista paulista caiu 5,4% na
comparação com o mesmo período em 2014. A receita mensal de vendas alcançou R$
41,8 bilhões, cerca de R$ 2,4 bilhões abaixo do resultado registrado em janeiro
do ano passado.
Para a assessoria econômica da entidade, os dados da
movimentação do comércio paulista além de confirmarem as estimativas de
permanência do ciclo negativo de vendas, que marcou o ano passado, apontam para
o agravamento dessa tendência.
Com exceção feita ao setor de supermercados, que
apresentou alta de 1,1%, a queda foi generalizada e ocorreu em oito das nove
atividades pesquisadas, indicando que a retração nas vendas tende a permanecer
ao longo do ano e que os índices podem apresentar níveis ainda mais baixos.
Os setores que lideram os resultados negativos são o de
lojas de móveis e decoração (-19,9%); o de concessionárias de veículos
(-18,2%); o de lojas de vestuário, o de tecidos e calçados (-14,5%) e o de
materiais de construção (-10%). As somas desses números respondem por 4,9
pontos percentuais da queda total de 5,4%.
Perspectivas
O aumento progressivo da inflação, o desaquecimento
generalizado das atividades, a alta dos juros, a piora nos indicadores de
emprego e renda, somados à instabilidade política, devem manter baixa a
confiança dos consumidores e, consequentemente, comprometer o desempenho do
varejo paulista, que, segundo estimativas da Fecomercio SP, deve registrar
queda de 1% das vendas no primeiro semestre e de 2% em 2015.
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